sábado, 6 de março de 2010

Amando para Mudar & Mudando para Amar

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Ah se não fosse essa mania insistente e comovente
De se gostar tanto das coisas e sobretudo de gente!
De repente descobrimos, pela pedagogia da dor, que o amor
É a única força que nos salva, nos humaniza e nos transcende.

Que o melhor de cada um cresça e prevaleça entre todos nós!
Que nenhum obstáculo exterior desligue a essência da tua voz!

Sejamos personagens mais reais no palco da(s) vida(s),
Descartando as máscaras dos interesses que tiranizam
E reciclando os discursos que nos libertam, os enredos
Que (nos) evoluem e as performances que nos uni-ci-zam.

Que os sorrisos e as lágrimas descubram a sintonia perfeita
Nessa atmosfera de aparências mil e sensibilidade rarefeita!

Que a sutileza do detalhe e a riqueza do silêncio não sejam diluídas
Por diálogos vazios, sentidos superficiais e relações estereotipadas!

Que o veneno do preconceito nunca escoe pelos teus lábios
E a hipocrisia jamais se esconda nos bastidores do teu olhar!

Que o caos de tudo que não precisamos e secretamente nos mata
Seja reordenado pela simplicidade profunda daquilo que nos basta!

Se a televisão te emburrece, não tenha medo de dispensá-la,
Antes que a sua consciência seja globalizada e condicionada.
Desconfie das notícias que muito deformam e pouco informam.
Para conhecer a realidade, sinta o cheiro do povo a espreitá-la.

Nada que não passe pelo coração encontra eco na razão!
O mistério da felicidade não cabe em fórmulas calculadas!
A economia dos números que contabiliza nossa civilização
Será nocauteada pela magia das pessoas “descontroladas”!

Que a fé em qualquer Deus comece pela fé na humanidade
E que rituais tradicionais se convertam em obras de verdade!

Que a arte de ser quem você é não seja comercializada
E a neutralidade omissa da ciência seja logo eletrocutada!

Quando nem tudo parecer correto, coerente, justo e decente;
Abriga-te dentro dos teus sonhos, daquilo que é incorruptível!

Que a tristeza dos que tem menos derreta o ego das pessoas frias!
Que a vontade de mudar o mundo seja o refrão eterno das utopias!

Bendito o tempo que cicatriza feridas, peneira saudades,
Enterra absurdos, inverte paradigmas, renova esperanças;
Amadurecendo as “crianças” em suas idades e prioridades,
Além de nos ensinar a amar para mudar e mudar para amar!

Que os prêmios Nobel da Paz não façam hinos à guerra
E a olimpíada suicida do PIB não sacrifique mais a Terra!

Que os medos da noite abram alas para os triunfos do dia!
Que a tua alma nunca se feche para o orgasmo da poesia!
(Por Pablo Robles – POETA DO SOCIAL)

Texto sugerido por Celis e Biula.
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